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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Amamentação - Dicas

Senti dificuldade para amamentar no início. Fiquei perdida porque achava que tudo fluiria naturalmente e não dei muita importância às dicas dos especialistas... Eu estava muito preocupada com o parto e com as temidas cólicas! Gostaria de ter assimilado melhor as orientações. Então, seguem algumas dicas:
1-                        Quando o bebê estiver chorando de fome, tente acalmá-lo antes de amamentar. Quando ele chora ao mamar, engole ar e pode aumentar as cólicas ou o regurgitamento. Confesso que está é uma dica difícil de seguir no início, porque se ele chora de fome, como fazê-lo parar de chorar senão alimentando-o? Quando você começa a entender melhor os horários e os tipos de choro, dá para acalmá-lo antes de amamentar ou amamentar antes da irritação ficar maior. Assim é mais fácil ele abocanhar corretamente a auréola, sem pegá-la de qualquer jeito. Esta foi uma dica de uma enfermeira do banco de leite. Quando meu filho está nervoso, no início da mamada, eu canto para acalmá-lo.
2-                       Procure um lugar tranqüilo, sem estímulos que possam desviar a atenção do bebê ou deixá-lo irritado. Nada de pressa. Você deve sentar, confortavelmente, e com as costas bem apoiadas. Se possível, procure um local onde você possa apoiar os cotovelos também. Depois de várias mamadas, durante o dia e a noite, seu corpo vai agradecer. Esta dica é encontrada em vários sites e pude comprovar a diferença na amamentação depois que comecei a segui-la. Eu e meu filho ficamos mais relaxados e aproveitamos melhor o momento. 
3-                       O bebê deve abocanhar toda a auréola ou, pelo menos, a maior parte dela. Posicionar a barriga do bebê em contato com a sua facilita. Existem várias posições para amamentar e você deve escolher a que fique mais confortável para você e o bebê. Tentei a posição “cavaleiro” por mais de um mês, mas senti muita dor na mão e não conseguia relaxar. Optei em voltar à posição mais conhecida, com a cabeça dele deitada sobre meu braço e o corpo quase deitado e hoje estamos vivendo momentos deliciosos!
4-                       Os bancos de leite e várias enfermeiras que conheci, orientam que devemos amamentar um seio de cada vez. Caso o seio fique “vazio” (o bebê fica soltando e voltando ao peito, como se não estivesse saindo leite) e ele ainda demonstre não estar saciado, aí sim você deveria oferecer o outro seio. Tentei isso no começo, mas como meu seio ficou bem machucado, segui outra dica, dada pelo pediatra. Eu amamentava 10 minutos em um seio e depois oferecia o outro até ele ficar saciado. Na mamada seguinte, eu oferecia primeiro o peito que ele tinha terminado a mamada. Assim, Felipe mamava o leite posterior (mais gorduroso) e, em seguida, o anterior (composto por mais água e anticorpos). Preferi assim e Felipe sentia-se saciado como antes.  Isso deu certo conosco porque Felipe sempre sugou com muita força e, muitas vezes, antes de 10 minutos, ele já consegue esvaziar o seio e já preciso passar para o outro. O importante é conversar com o pediatra e pedir que ele avalie a sucção do bebê e optar pelo melhor método! 
5-                       Se o peito estiver muito cheio, muitas vezes até endurecido, é melhor esvaziar um pouco a mama e massageá-la para facilitar para o bebê. Caso contrário, ele pode ter dificuldade em “pegar” a auréola ou em sugar. Pode até mesmo engasgar porque o fluxo de leite sai com muita força. Se ele engasgar, nada de pânico. Coloque com a cabeça mais elevada e vire-o um pouco para frente. Ele irá tossir e, assim que a respiração voltar ao normal, volte a amamentar.
6-                       Se for preciso interromper a amamentação para corrigir a “pega”, basta introduzir o dedo mínimo na lateral da boquinha do bebê. Ele fica confuso e solta o mamilo sem puxar com força. Quando o bebê pega corretamente, após a mamada o mamilo fica levemente arredondado e alongado.
7-                       Nunca tenha vergonha em pedir ajuda e, principalmente, não se culpe se não correr tudo perfeitamente! É um momento de adaptação e aprendizado de ambos. É natural que dificuldades apareçam. Não dê ouvido às críticas que não são construtivas. Aparece um monte de gente dizendo que você está fazendo errado... Isso acaba com a auto-estima e só te deixa mais deprimida. O estresse, cansaço e ansiedade reduzem a produção e liberação de leite... Então, se você achar que a crítica não pode te ajudar, tente deixá-la entrar por um ouvido e sair por outro. É difícil, mas você precisa fazer isso por você e seu filho.
8-                      Beba muito líquido (quando o bebê começa a sugar, a mãe sente uma sede enorme e súbita, tome água nesse momento!), alimente-se bem e descanse sempre que possível. Depois que o bebê nasce, fica tudo tão corrido, sua cabeça trabalha à mil por hora e você acaba esquecendo da importância disso. Seu corpo precisa estar em perfeito funcionamento para que a produção de leite não fique comprometida.
9-                       Enquanto a produção de leite estiver intensa (a minha só regularizou no terceiro mês), evite banhos quentes porque eles favorecem os seios ficarem cheios e isso pode acarretar o empedramento.
10-                   Se possível, amamente exclusivamente até os 6 meses. Caso contrário, procure orientação do pediatra para introduzir novos alimentos. Infelizmente, tive que introduzir outros alimentos antes dos seis meses (com quatro meses e meio), porque precisei voltar ao trabalho. Amamentar é bem mais prático e não há preocupação se a comida está fresca, temperada adequadamente ou se seu bebê está tendo constipação... O leite é o alimento mais saudável, mais nutritivo, mais seguro e garante uma intimidade única entre mãe e filho. Cada mulher produz leite com cores e consistências diferentes, cada corpo age de um jeito diferente e isso é normal! NÃO EXISTE LEITE FRACO!
11-                    Meu filho regurgita muuuito, então após as mamadas ou até mesmo depois de comer as papinhas, coloco-o para arrotar (na posição vertical com a cabeça no meuu ombro e a barriga encostada no meu peito) e fico um trinta minutos com ele no braço, sem pressionar a barriguinha e fazendo o possível para ele não ficar agitado (essa é a parte mais difícil!rs). Assim, tento garantir a maior quantidade de comida na barriguinha e ele ganha peso. Passamos um sufoco para ele ganhar peso adequadamente... Mas este é um tema para outro post!
12-                   Não percebi diferença na produção de leite correlacionada ao que eu comia. Percebi que quanto mais ele sugava e com mais força, mais leite era produzido. Quando dei chupeta ao Felipe (tentando consolá-lo na fase das cólicas) meu leite reduziu porque ele sugou menos, então suspendi o uso da chupeta e em uns 3 dias a produção foi normalizando!
13-                   Percebi que alguns alimentos na minha dieta favoreciam o aparecimento de cólica no Felipe... Quando eu comia algo e percebia que pouco depois ele chorava muito e ficava se contorcendo analisava o que tinha comido... Se o quadro repetisse quando eu ingerisse novamente o alimento, eu o cortava da dieta... Cortei derivados de leite, molho de tomate, comidas muito salgadas, feijão, chocolates e bebidas ácidas. Confesso que conversei com o pediatra e ele disse que era exagero, mas não consegui arriscar. As cólicas foram com dois meses e meio e com 4 meses voltei a alimentação normal. Para que arriscar antes, né?!rs Ressalto que essa restrição alimentar foi uma escolha minha porque não conseguia pensar em ingerir algo que pudesse causar dor nele...
14-                   Os papais tem um papel importante na amamentação. Eles ajudam em deixar as mães mais relaxadas e tranqüilas. Ajudam também incentivando a amamentação, colocando o bebê para arrotar entre outras coisas. Amamentar pode ser um momento em família e fortalecem o vínculo afetivo.

Encontrei estas tabelas e achei muito esclarecedoras:

Diferença entre os leites: Materno, Animal e Artificial

 
Leite Materno
Leite Animal
Leite Artificial
Proteínas
Quantidade adequada e fácil de digerir.
Excesso, difícil de digerir.
Parcialmente modificado.
Lipídeos
Suficiente em ácidos graxos essenciais, lipase para digestão.
Deficiente em ácidos graxos essenciais, não apresenta lipase.
Deficiente em ácidos graxos essenciais, não apresenta lipase.
Vitaminas
Suficiente.
Deficiente de A e C.
Vitaminas adicionadas.
Minerais
Quantidade adequada.
Excesso.
Parcialmente correto.
Ferro
Pouca quantidade, boa absorção.
Pouca quantidade, má absorção.
Adicionado, má absorção.
Água
Suficiente.
Precisa de mais.
Pode precisar de mais.
Propriedades antiinfecciosas
Presente.
Ausente.
Ausente.
Fatores de Crescimento
Presente.
Ausente.
Ausente.
Fonte: OMS/CDR/93.6

Colostro


Propriedade  Importância 
Rico em anticorpos  Protege contra infecções e alergias.
Muitos leucócitos  Protege contra infecções.
Laxante  Expulsa o mecônio, ajuda a prevenir a icterícia.
Fatores de crescimento  Acelera a maturação intestinal, previne alergia e intolerância.
Rico em vitamina A
Reduz a gravidade de algumas infecções (como sarampo e diarréia); previne doenças oculares causadas por deficiência de vitamina A.
Fonte: OMS/CDR/93.6

Espero ter ajudado e aproveitem o momento da amamentação!!!!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Antes de Ser Mãe - Silvia Schmidt

Este é um dos textos mais lindos, que já li, sobre ser mãe...

"Antes de ser mãe, eu fazia e comia
os alimentos ainda quentes.
Eu não tinha roupas manchadas,
tinha calmas conversas ao telefone.
Antes de ser mãe, eu dormia o quanto eu queria,
Nunca me preocupava com a hora de ir para a cama.
Eu não me esquecia de escovar os cabelos e os dentes


Antes de ser mãe,
 eu limpava minha casa todo dia.
Eu não tropeçava em brinquedos e
nem pensava em canções de ninar.
Antes de ser mãe, eu não me preocupava:
Se minhas plantas eram venenosas ou não.
Imunizações e vacinas então,
eram coisas em que eu não pensava.

 
Antes de ser mãe,
 ninguém vomitou e nem fez xixi em mim,
Nem me beliscou sem nenhum cuidado,
com dedinhos de unhas finas.
Antes de ser mãe,
eu tinha controle sobre a minha mente,
Meus pensamentos, meu corpo e meus sentimentos,
 e dormia a noite toda.
 

Antes de ser mãe,eu nunca tive que
segurar uma criança chorando,
para que médicos pudessem fazer testes
ou aplicar injeções.
Eu nunca chorei olhando pequeninos 
olhos que choravam.
Nunca fiquei gloriosamente feliz 
com uma simples risadinha.
Nem fiquei sentada horas e horas
olhando um bebê dormindo.


Antes de ser mãe, eu nunca segurei uma criança,
só por não querer afastar meu corpo do dela.
Eu nunca senti meu coração se despedaçar,
quando não pude estancar uma dor.
Nunca imaginei que uma coisinha tão pequenina,
pudesse mudar tanto a minha vida e
que pudesse amar alguém tanto assim.
E não sabia que eu adoraria ser mãe.
 

Antes de ser mãe, eu não conhecia a sensação,
de ter meu coração fora do meu próprio corpo.
Não conhecia a felicidade de 
alimentar um bebê faminto.
Não conhecia esse laço que existe
entre a mãe e a sua criança.
E não imaginava que algo tão pequenino,
 pudesse fazer-me sentir tão importante.


  Antes de ser mãe, eu nunca me levantei 
à noite toda , cada 10 minutos, para me 
certificar de que tudo estava bem.
Nunca pude imaginar o calor, a alegria, o amor,
 a dor e a satisfação de ser uma mãe.
Eu não sabia que era capaz de ter 
sentimentos tão fortes.
Por tudo e, apesar de tudo, obrigada Deus,
Por eu ser agora um alguém tão frágil
e tão forte ao mesmo tempo.
Obrigada meu Deus, por permitir-me ser Mãe!"
Autora: Silvia Schmidt

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Amamentação - Como foi comigo...



Quando eu via as campanhas sobre amamentação imaginava o quanto era um momento lindo, prazeroso. Era um momento muuuito esperado por mim! Eu só não imaginava que podia não ser assim... Algumas amigas tinham comentado sobre fissuras nos mamilos, mas juro que achei que seria apenas uma dorzinha e pronto!
 Durante a gestação, a Dra. Janaína orientou que eu tomasse sol nos mamilos, mas moro em um apartamento que não pega sol e não pude seguir o recomendado. Outra orientação importante foi de não utilizar sabonete e nem cremes (hidratantes ou para prevenir estrias) nos mamilos (esta eu segui à risca!). Assim a pele não ficaria tão sensível e aos poucos estaria mais grossa e resistente para a amamentação.
Amamentei umas duas horas após o parto. É importante colocar o bebê para sugar no seio o mais breve possível, para que a produção de leite seja estimulada! Assim o leite chega logo e não é preciso dar leite complementar. No comecinho, só sai colostro (é suficiente para alimentar o bebê) e é normal achar que nem tem leite, mas tem sim, viu?! Meu filho “pegou” o seio de primeira! Ele sugava com tanta força (brinco que ele parecia um aspirador de pó) que, no dia seguinte, comecei a perceber que meu mamilo estava ficando bem vermelho, mas eu não sentia dor. O colostro saía bastante, continuei amamentando e logo fomos para casa.
Ao final do terceiro dia, após o parto, entrei na fase da “apojadura”, é quando o leite vem com força total. Dá uma sensação estranha e eu conseguia sentir o leite “descendo” e enchendo meu peito. Ele começa a vir bem amarelado e depois de uns dias fica branco mesmo. Essa foi uma fase difícil porque eu não sabia várias coisas... Assim que começa a apojadura,  não deve-se tomar banho morno ou se for preciso, toma-se de costas sem molhar muito os seios. A água quente estimula a produção de leite e quando o peito fica cheio demais o leite empedra e dá dor, febre e calafrios.
Felipe mamava bastante, mas mesmo assim meu peito continuava cheio e o leite ficava pingando. Continuei amamentando sob livre demanda, mas achava muito difícil entender quando ele queria mamar. Se ele chorasse e não estivesse sujo com frio ou calor (sentia a pele do peito e da nuca dele para ver se estava quentinha ou fria), e já tivesse dormido há pouco tempo, eu tentava amamentar. Com pouco tempo fui reconhecendo os choros e aí deu para organizar melhor os horários. Foi melhor assim, menos cobrança de horário e tivemos tempo de nos entender melhor!
Era muuuuito leite! Usei absorventes de seios para evitar sujar as roupas, mas muitas vezes, antes da mamada seguinte já precisavam ser trocados. Acordei, na manhã seguinte com a roupa e os lençóis molhados de leite!!! À tarde comecei a sentir-me febril e com os seios doendo muito. Parecia que tinham espinhos nele e antes do anoitecer, eles estavam duros demais. O leite estava “empedrado” no meu peito e meus mamilos tão feridos que estavam sangrando!!! Tentei fazer massagens, mas doíam demais! A professora do programa de exercícios para gestante, Dani Rico (outro anjo em minha vida!), indicou-me uma enfermeira, especialista em aleitamento, que vinha em casa poderia ajudar-me!
A enfermeira chegou após o jantar e eu já estava com calafrios... Ela examinou meus seios e orientou-me a não utilizar absorventes até meu seio cicatrizar, usar um óleo com ácidos graxos e deixar os mamilos expostos ao ar para auxiliar na cicatrização. Após as mamadas, eu deveria também deixar um pouco de leite nos mamilos e usar um secador até o leite secar sobre o mamilo. Outra dica, fundamental, foi a que eu deveria esvaziar meu peito após cada mamada. Eu deveria fazer a “ordenha” sempre! Eu não ordenhava porque achava que podia não ter leite na mamada seguinte e que não era tão fundamental assim. Após as orientações ela começou a massagear meus seios e a ordenhar. Como o leite estava empedrado, confesso que doeu absurdamente! Fazia muito frio naquela noite, mas fiquei com a roupa molhada de suor! Depois desse sufoco, ordenhava a cada mamada, até durante a madrugada! Minhas mãos doíam de tanto que eu ordenhava. O leite ordenhado eu juntava para doação.
Comecei oferecendo, para a mamada, um peito por vez, mas na consulta com pediatra, quando Felipe tinha sete dias, falei que meu mamilo estava muito ferido e ele orientou-me a oferecer um peito por 10 minutos e, em seguida, oferecer o outro. Na mamada seguinte, eu deveria iniciar a amamentação pelo último peito mamado. Essa mudança ajudou-me demais. Quando o Felipe começava a mamar, ele sugava com muita força, então ele ficava só 10 minutinhos. Quando a “voracidade” diminuía, era o momento de mudar de seio, então ele ficava até sentir-se saciado. Por mamar com menos força, não doía e eu agüentava que ele mamasse o tempo que quisesse.
A posição do bebê e o encaixe perfeito da boquinha no seio também são importantes para não machucar o seio e o bebê não engolir ar. Quando ele engole ar, pode favorecer o regurgitamento (gorfadas) ou deixá-lo cheio de gases.
Com o seio machucado, eu chorava muito a cada mamada e torcia para que os minutos passem voando... Era muita dor e um remorso absurdo por não sentir prazer nenhum naquele momento. Eu sabia da importância da amamentação e sempre quis o melhor para meu filho, então nunca deixei de amamentar. Graças à Deus e à ajuda de muita gente superamos esse período e Felipe continuou tendo o melhor leitinho do mundo, o da mamãe!
A dor passou cerca de um mês após o parto e hoje amamentar é uma delícia, juro!!! É a melhor sensação do mundo, ter meu bebezinho nos meus braços, mamando e olhando bem no fundinho dos meus olhos... De vez em quando ele ainda para e dá um sorrisinho!!!! Derreto-me toda! Depois o coloco no ombro, para arrotar, e fico sentindo o cheirinho delicioso dele!
Por volta do segundo para o terceiro mês, o leite foi reduzindo e meu peito enchia só o suficiente para alimentar Felipe. Assim eu não precisava mais ordenhar! Os absorventes não eram tão necessários e eu poderia usá-los somente à noite e para sair.
            Para evitar o que aconteceu comigo, sugiro que se vocês sentirem o peito enchendo, ficando maior e às vezes até mais quente e está longe da hora da mamada ou é de madrugada, é hora de esvaziar um pouco o seio. Eu não fazia porque tinha medo de faltar leite para o Felipe e isso ajudou a empedrar meu peito. É bom sempre ficar tirando o excesso, logo após a mamada, até não sair mais uns esguichos... Antes de o bebê sentir fome, seu peito estará cheio de novo. Esta rotina nos deixa cansada, mas com uns dois meses o seu corpo vai normalizar a produção e não será preciso ficar "ordenhando" (esvaziando o peito) sempre. Quando estiver perto do bebê nascer, liga para os bombeiros ou banco de leite das maternidades e pede para eles uns frascos para coleta de leite materno para fazer doação. O leite em excesso, pode ser doado e ajuda muito os bebês das UTIs neo natal dos hospitais!
Se mesmo assim você sentir uns carocinhos no peito, faça umas massagens circulares em cima do peito e aperta para sair um pouco do leite, até você sentir seu peito ficar molinho de novo. Assim você desimpedra o leite e não sente dor!
Compre vários soutiens de amamentar porque às vezes eles gorfam ou então o leite escorre e se você não trocar, passa o dia cheirando a leite...rs Uso absorventes para seios, e  troco várias vezes no dia, para evitar a proliferação de fungos que podem causar sapinho (cândida). Se ele está molhado e mais pesadinho, pode trocar. No primeiro mês, eu trocava a cada mamada! Agora uso uns 3 por dia e Felipe nunca teve sapinho (manchinhas brancas na língua).
            No mercado tem umas conchas de amamentação... eu comprei e não gostei. Elas apertam o mamilo e fica o tempo todo saindo leite. Eu ia ao banheiro em menos de 5 minutos para esvaziar! Sem contar que elas vazavam se eu me mexesse muito... Um saco! Usei 2 dias e depois que a enfermeira me ensinou a esvaziar o peito e nem precisei mais. Se você conseguir esvaziar o peito com frequência, ela não é necessária.
            Não faço higiene da boca do Felipe, porque o pediatra disse que só é necessário quando os dentinhos começarem a nascer. Limpar antes retira a proteção natural da boca e aí pode dar sapinho. Muitos falam que se deve fazer antes, mas como Felipe gorfa muito, se eu tocar na língua dele, não sobra nada na barriguinha...
           As campanhas de aleitamento deveriam mostrar que nem sempre é maravilhoso desde o começo, mas mesmo com toda a dificuldade, vale à pena continuar tentando. As mães não devem ter vergonha de dizer que está sendo desconfortável ou doloroso. Deve-se pedir ajuda e os que estão em volta não devem menosprezar as sensações ruins que a mulher está sentindo. É terrível ouvir “isso não é nada”, “comigo foi bem pior” ou “deixa de exagero que não deve doer tanto assim”... É um processo de adaptação para mãe e bebê! Ainda assim algumas mulheres não conseguem amamentar, mas o importante é que elas tentaram e não devem ter culpa por não terem conseguido.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A descoberta do sexo



          Com 14 semanas, fomos fazer uma ultrassonografia para acompanharmos a gravidez. Era um ultrassom de rotina, pois a previsão era descobrirmos o sexo lá pela 16ª semana. De repente a Dra. Janaína começou a rir e disse que já tinha novidade, mas que precisava ter certeza e continuou percorrendo minha barriga com o aparelhinho... Imaginei que ela já tinha visto o sexo e comecei a olhar atentamente para o monitor. Meu marido estava perdido, sem entender porque tanta excitação nossa...rs Então eu vi dei um grito: “eu vi, eu vi!!!! Tá ali!!!!” e foram só risadas! Meu bebê mexia muito e a Dra. Janaína estava tentando focalizar a região para mostrar ao papai.
          Quando ela conseguiu a imagem perfeita, meu marido ficou olhando para o monitor sem entender nada, mas ansiosíssimo para decifrar o enigma. Foi aí que meu anjo, a Dra. Janaína, falou toda feliz (até parecia que era ela quem estava grávida): tem um pintinho aqui!!! Meu marido nem entendeu e soltou um “hã?!”, aí eu não agüentei e disse “é um menino, meu amor!!!!”.
          Ficamos tão felizes, na verdade, ficaríamos felizes do mesmo jeito se fosse menina, mas é que descobrir o sexo representava que agora o bebê poderia ter nome e já poderia começar o enxoval. Isso mesmo, meu anjo me estimulou de um jeito, que eu já pensava no enxoval!
           No mesmo dia, decidimos que o nome seria Felipe!

Minha obstetra é um anjo em minha vida!

          Sempre ouvi que é importante começar o pré-natal antes de engravidar... Fazer exames e cuidar bem da saúde para a chegada da gravidez. Concordo plenamente e, nos meus planos, eu faria assim... Eu estava fazendo tratamento com uma médica especialista em infertilidade, mas como mencionei, anteriormente, eu já estava sem esperanças de engravidar. Então deixei de lado a procura por uma obstetra...
          Quando engravidei e tive os descolamentos, fui atendida por vários obstetras (pelas minhas contas uns doze), a maioria em pronto-socorros. Ficava muito chateada com a forma que eles me tratavam, sempre bem evasiva, friamente, sem alimentar nenhuma esperança de que minha gravidez iria para frente. Quando eu falava que vomitava demais, eles falavam que era assim mesmo! Sentia-me desamparada e cheia de dúvidas, mas não tinha nenhum profissional a quem eu pudesse recorrer.
          Com quase 11 semanas de gestação, Deus colocou um anjo em minha vida! Isso mesmo, não posso chamá-la de outra forma... Fui à consulta, por indicação da mãe de um amigo, mas confesso que estava com medo de ser apenas mais uma obstetra que jogaria um balde de água fria nos meus sonhos! Ela abriu a porta do consultório e recebeu-me com um sorriso enorme. De cara já simpatizei com ela. Sentei e contei o que tinha acontecido até então, falei como me sentia fisicamente, mas nada de falar dos meus sentimentos. Ela disse que conversaríamos abertamente sempre e que depois da consulta eu deveria “tirar férias para a gestação”... Achei tão bonitinho que nunca mais esqueci disso! A idéia era não me estressar com nada, fazer repouso e evitar qualquer coisa que pudesse prejudicar meu bebê. Senti-me tão acolhida. Conversamos mais de uma hora, ela explicou tudo o que já tinha acontecido comigo, fez um ultrassom, reduziu a dois comprimidos por dia do hormônio e, me disse o que eu mais queria ouvir: que acreditava muito que minha gravidez seguiria adiante, apesar de não poder me dar certeza, mas que eu teria um bebê lindo e muito saudável. Ressaltou a importância de continuar o repouso, mas não me assustou e me deu esperanças, de uma forma bem realista. Saí do consultório tendo a certeza de que tinha encontrado meu “pote de ouro no fim do arco-íris”.
          A partir dali comecei a sentir-me mais segura em falar da gravidez e, apesar de ainda ter medo de um aborto, isso não era mais idéia fixa. Comecei a pensar nos nomes e em como seria ter uma menina ou um menino. Duas semanas depois e minha obstetra suspendeu o hormônio e eu, finalmente, parei de vomitar!!!!rs
A cada consulta, ela levantava minha auto-estima e transformava o ultrassom num acontecimento único! Ela conversava com meu bebê e estimulava que eu e meu marido fizéssemos o mesmo. Eu ainda estava muito receosa, mas adorava o momento! Aos poucos nem parecia que os primeiros meses foram como foram...rs
Ah! Meu anjo atende pelo nome de Janaína ou Drª. Janaína, mas para nós sempre será nosso anjo da guarda!  Ela ainda aparecerá em muitas histórias por aqui! 
          A gravidez é um momento único, mágico e merece ser vivido com toda a beleza que existe. Procurem um obstetra que transmita muito carinho e tenha respeito por esse momento e pela família. Nenhuma dúvida é ridícula ou absurda, a gestante tem que sentir-se segura para conversar sobre tudo com seu médico! Se não existe esse tipo de respeito e carinho, vale trocar de médico, sim! Eu passei por 12 e fico muito feliz de ter encontrado a Dra. Janaína.  
 

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Descolamento do Saco Gestacional

          No dia seguinte à descoberta da gravidez, tive um susto e um dia de terror... Senti um pouco de cólica e tive um pequeno sangramento. Fui ao hospital para saber o que estava acontecendo. Ao fazer uma ultrassonografia pélvica, o médico diagnosticou que eu estava tendo um “Descolamento de Saco Gestacional” e, como o aspecto do saco estava muito alongado era quase certeza que eu estava tendo um aborto espontâneo ou, como ele escreveu no laudo, “abortamento em curso”. Segundo ele, eu teria duas opções: esperar ter o abortamento completo ou fazer uma curetagem...
          Chorei muito, muito mesmo e meu marido tentou me confortar como pode, apesar de também estar muito triste e com um nó na garganta me vendo chorar daquele jeito. Fomos para casa e eu não conseguia me conformar com tal diagnóstico, me sentia grávida, já me sentia mãe, já amava meu bebê mais do que tudo!!! Como eu poderia ficar na expectativa de ter um “abortamento completo”. Não consegui dormir.
Na manhã seguinte, fiz uma malinha e meu marido me levou ao hospital para fazermos a tal curetagem. Mal conseguíamos conversar porque eu só chorava... Uma amiga conseguiu uma consulta com uma médica especialista em reprodução humana, para que pelo menos eu não perdesse as esperanças e tentasse engravidar de novo. A ginecologista foi maravilhosa, viu a ultrassonografia e disse que ainda existia esperança. Apesar do prognóstico ruim do médico anterior, ela disse que já tinha visto muitas mulheres conseguirem levar a gravidez adiante e que valia a pena tentar!
          Puxa! Foi uma injeção de ânimo, era alguém dizendo que meu sonho continuava vivo!!! Ela orientou-me a utilizar três comprimidos de um hormônio e fazer repouso absoluto, mas absoluto mesmo!
Comecei a seguir a risca todas as orientações. Trabalhar? Nem pensar!!! Eu não levantava nem para comer... Após uns dois dias do início do tratamento, comecei a ter muita náusea e vômitos. Eu vomitava, em média, de cinco a oito vezes por dia! O pior era que após vomitar, sentia muita cólica e ficava com medo de perder o bebê. Juro que era impossível segurar e após cada episódio de vômito, eu não conseguia parar de chorar de tanto medo.
          Após duas semanas, tive outro sangramento e quando fiz o ultrassom o diagnóstico foi de descolamento do saco gestacional do outro lado. Isso mesmo, eu estava com dois terços do saco gestacional descolado! Foi uma notícia bombástica porque eu estava fazendo tudo como recomendado. Comecei a achar que eu não merecia ser mãe e pedi muito que se essa fosse a vontade de Deus, que Ele me desse conforto porque estava sendo um período difícil demais!
          Continuei o tratamento e, conseqüentemente, a vomitar de cinco a oito vezes todos os dias até completar 12 semanas de gestação! Foram dias terríveis, mas eu sempre pensava que era pelo bem e saúde do meu bebê e, assim eu tinha forças para seguir em frente. Durante essas semanas, eu não conseguia pensar em enxoval ou nomes para o bebê. Eu tinha tanto medo de perder que não queria me apegar muito à idéia da gestação. Nunca rejeitei a gravidez, apenas tentava não pensar muito nela... como se fosse possível! Ganhei presentes e eles ficaram guardados nas embalagens até eu ter coragem de abrir. Hoje me arrependo disso, acho que deveria ter curtido cada segundo, mas me perdôo por essa atitude. Atravessei uma tempestade de emoções e é muito difícil ser racional. Eu não queria nem conversar sobre o que estava acontecendo.
          Agradeço muito a Deus, minha família, meus amigos e ao meu marido. Eles foram fundamentais para eu ter força de seguir adiante. Meu marido teve uma paciência enooooorme. Ele compartilhava meu sofrimento (afinal era o filho dele que estava ali!), tentava inventar mil coisas para eu comer e tentar não passar mal, me acompanhava em todas as consulta (eram quinzenais e a gente nunca sabia se o bebê continuava vivo) e incontáveis vezes limpou a sujeira que ficava quando eu vomitava pela casa. Eu morria de vergonha, mas não conseguia sair do banheiro em condições de limpar nada...
          Quem já passou por um descolamento de saco gestacional ou está passando sabe que não é fácil, mas digo e repito quantas vezes forem necessárias: vale muito à pena!!!! Daria minha vida pela vida e saúde de meu filho e passaria por tudo de novo! 

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Como tudo começou...

          Faz todo sentido começar o blog contando as primeiras emoções da minha vida como mãe... Então vamos conversar sobre a descoberta da gravidez!
          Minha taxa hormonal estava muito baixa, meu ciclo menstrual uma bagunça e, teoricamente, eu não conseguiria ovular. Eu já estava em tratamento há um ano e nada de melhora... Isso me deixava muito triste porque a vontade de ser mãe só aumentava! Uma ginecologista chegou a dizer que meus ovários estavam "secos" (essa foi a expressão dela) e que eu não poderia ter filhos!!!! Até hoje dá um nó na garganta só de lembrar...
          Eu sentia muuuuita azia há algumas semanas e já não suportava mais. Então fui à uma farmácia comprar um medicamento para gastrite porque eu tinha "certeza" de que ela voltara a fazer parte da minha vida...rs Pedi o medicamento e, ao chegar ao caixa, lembrei que já não menstruava há uns 3 meses. O medicamento traria riscos se eu estivesse grávida e, apesar de eu e meu marido não acreditarmos que eu poderia estar grávida, voltei ao balcão e pedi um teste de gravidez. Como farmacêutica, não poderia tomar um medicamento sem ter a absoluta certeza de eu não estava grávida.
Era tarde da noite e deixei para fazer o teste na manhã seguinte. Acordei durante a madrugada e decidi fazer o teste logo. Não aguentei esperar os 3 minutos saber o resultado, porque estava com muito sono, bem mais do que o habitual. Fui dormir e deixei para ver o resultado do teste na manhã seguinte. Quando vi o teste, pela manhã, do dia 14 de dezembro de 2009, não acreditei e chamei meu marido para confirmar o que estavamos vendo... Porém, a caixinha  dizia que o resultado deveria ser lido imediatamente e eu tinha deixado passar horas! Como ter certeza do resultado??? Fui trabalhar e não conseguia pensar em outra coisa! Fiz o exame de sangue para tirar a dúvida e... SURPRESAAAAA!!! Eu estava gravidíssima!!!! Com quase 5 semanas!
          Foi uma tempestade de emoções, medos, felicidades... Não acreditava que estava acontecendo comigo e não conseguia tirar o sorriso do rosto! Contei ao meu marido assim que ele chegou para me buscar no trabalho. Ele tomou um susto tão grande que quase subiu a calçada com o carro...rs Depois de tanto tentarmos nos conformar com a possibilidade de eu não poder ser mãe, estávamos recebendo um enorme presente!!!!